terça-feira, 9 de julho de 2013

Algumas considerações sobre Livros VS Filmes...

Fico ligeiramente irritado quando ouço comentários do tipo "Ah, o livro é melhor que o filme". Essa é uma observação tão inteligente de se fazer quanto dizer que o mar daria um ótimo céu. Cada suporte tem suas vantagens, desvantagens e limitações. Se você reproduzisse num filme exatamente o que acontece num livro, ele seria muito longo de se assistir. Eu não teria o menor prazer de assistir um mesmo filme por oito ou nove horas, mas tenho o enorme prazer em ler por esse mesmo período. Além de que o filme obrigatoriamente teria de ser dirigido pelo autor, pois ao ser lida, qualquer história deixa de ser como ela é e se torna uma assimilação feita pelo leitor, ou seja, a história não é mais a mesma. Da mesma forma podemos fazer o sentido inverso. Transforme um filme de uma hora e meia, duas, ou três horas em um livro. Ele teria pouco mais de cem páginas, e isso se você "enchesse linguiça", jorrando detalhes e descrições. Já dizia o sábio ditado: "Cada macaco no seu galho". Concordo que algumas adaptações beiram o absurdo, onde poderiam muito bem ter feito algo mais fidedigno, ainda com as limitações de cada formato. A maior parte da decepção ocorre que imaginamos cada cena, personagem e evento sempre de uma forma bem diferente do que é expressa em filmes, mas até aí, o que você imaginou pode ter passado bem longe do que o autor estava realmente querendo expressar, e nem por isso você diz que o livro não é bom, pelo contrário, é justamente essa divergência que causa tanto encanto e fascínio na leitura, onde você escreve "O céu é azul", e milhões de interpretações podem surgir, como "O céu significa o topo, e o azul uma cor relaxante, ou seja, relaxar acima de tudo", e também "Na verdade, o céu significa o apogeu, e o azul pode ser considerado um sentimento de tristeza, ou seja, o autor estava no auge de sua tristeza", e, claro, há também os que simplesmente dizem "De fato, o autor apenas quer dizer que o céu é azul". Mais fascinante e encantador do que isso, só as interpretações que podem surgir em decorrência de outras interpretações, e assim por diante. A história vive de leitores, a história vive dentro de leitores. Não digam asneiras, sejam leitores, sejam espectadores, mas não sejam idiotas e apreciem cada uma dessas formas de ver as coisas de acordo com cada forma de ver as coisas.

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