A vida consiste em duas tragédias básicas: a vida e a morte. Considerar que ambos são opostos é superficial, pior que isso, é analfabetismo racional. A verdade é que estes não se repelem, pelo contrário, se atraem.
É necessário que haja a morte para haver vida e que haja vida para haver morte. Agora, me pergunte: Se existisse apenas um ser vivo, a morte seria o fim. Sim, seria o fim do ciclo, mas nem por isso vida e morte seriam opostos. Quando morremos, o que acontece com o que chamávamos de vida? Simplesmente se adapta e continua de outra forma, mas sem acabar. Vermes e bactérias farão a festa com seu cadáver e darão milhões de vidas para milhões de outros seres.
Agora que já me expliquei, retomo a afirmação de que a vida consiste em duas tragédias básicas: a vida e a morte. Nascer, por si só, já é uma tragédia, afinal, nascemos já com a certeza de que iremos morrer. E morrer é outra tragédia, afinal, morremos já com a certeza de que daremos início à outras vidas que, por sua vez, também acabarão em mortes.
Por mais que uma bactéria não tenha crises depressivas por ter perdido uma companheira, a morte sempre é uma tragédia, pelo menos sempre fomos treinados para pensar assim. Não estou falando de algo metafísico, pelo contrário, estou falando do mais físico possível. A realidade é que a vida se recicla e, se considerarmos a vida como tragédia, dá margem à um sofrimento sem fim, independente de como continue.
Agora, deixando a morbidez e pessimismo de lado, vamos ao ponto: a vida e morte são duas tragédias, agora, cabe aos atores dessa peça horrível - que eu não pagaria R$5,00 para assistir - torna-la interessante, da melhor forma que conseguirem. A realidade é que tanto a morte é inevitável, da mesma forma é a morte, mas sofrimento e tragédia são perfeitamente evitáveis. Quebrar o ciclo é impossível, mas aproveita-lo enquanto podemos é mais do que possível, é nosso dever.
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