Eu a conheci por acaso, gostei de um pensamento e logo caímos em prosa. A noite era como qualquer outra, nem chuvosa, nem calorosa, apenas... Ideal? Talvez um pouco. Não é difícil se interessar por pessoas como aquela, sempre muito interessantes e ligadas em tudo ao seu redor. Entendia de tudo, desde filosofia, até futebol! Ora, quem não se interessa por alguém que nunca fica sem assunto? Que sempre tem tudo na ponta da língua. Tudo, igualmente ao nada, é apenas uma palavra, entretanto, ainda que uma tenha um significado oposto à outra, ambas as palavras não têm tradução, são apenas conceitos abstratos que criamos para representar um, ou zero.
Na mesma noite que a conheci, me encantei. E não demorou nada para, como um inseto, eu ficasse preso em sua teia de ternura... Talvez fosse melhor que ela fosse uma aranha mesmo, assim, na mesma picada, o veneno me mataria, me poupando de um enorme sofrimento.
Seu sorriso... Ah, o seu sorriso era espetacular! Derretia qualquer coração num raio de um quilômetro! Podia facilmente colocar ternura dentro do coração do próprio Mao Tsé Tung! Talvez uma mulher como essa conseguiria colocar fim em qualquer uma das atrocidades cometidas pela humanidade em todo o decorrer da história. Seu sorriso batia suave como uma brisa, mas te paralisava como uma nevasca...
Eu a acompanhava até o estacionamento, foi tudo tão rápido. Ela sorria enquanto abria a porta de meu carro, quando como num piscar de olhos, outro carro passou como um raio e a levou para longe numa batida cruel, juntamente com a porta do meu carro. Naquele momento, a única coisa que me consolava era ver o desgraçado que a atropelou com a cabeça enfiada no poste... Mas ainda assim, mesmo com esse consolo, nada a traria de volta. Corri na direção dela, a segurei em meus braços, dei-lhe um beijo de boa noite e, enfim, ela deu seu último sorriso... O mais belo que vira a noite inteira... O mais belo que vira a vida inteira... Apenas um sorriso, para me lembrar o resto da vida a beleza e a maldade que existe no mundo...
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