terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Câncer lírico...

Não sei se fui eu quem inventou o termo câncer lírico. Mas também não quero procurar, afinal, procurar foi o que me levou à situação presente. "Quem procura acha!", já dizia minha vó, ou alguma velha na estação de trem, não me lembro muito bem, que provavelmente escutou isso da sua respectiva avó e assim por diante. Pois bem, quem procura acha, e eu achei tudo que seria suficiente para condená-la à morte por apedrejamento no Oriente Médio. Mas quer saber? Estamos no Brasil e nada disso importa, vivemos na Era Contemporânea, todos são iguais, democracia, isonomia, direitos humanos e mais uma porrada de coisa que, sinceramente, me enche o saco! Não que eu seja contra os direitos iguais, eu sou é a favor dos direitos iguais. Porque eu já estou de saco cheio de ter que ouvir conversinha de direitos e direitos, mas na hora de debater os deveres iguais ninguém quer nem saber. Ops, perdão, o foco foi perdido. Enfim, câncer lírico é o câncer do "coração", da alma, dos sentimentos. Sua alma, quando criança, é pura. Pura como uma folha de papel em branco. É nessa hora que o amor vai e começa a escrever na folha, ele escreve, escreve e escreve. E no final, simplesmente pega e amassa a folha. Por mais que a criança, adolescente ou até mesmo adulto tente desamassar a folha, ela nunca voltará ao normal, pura e branca... E a cada vez que isso acontece, a folha fica mais fraca e mais velha. Eis o que chamo de Câncer Lírico. Não há cura, porém a dor é apenas passageira. Quero dizer, passageira dependendo do ponto de vista, afinal conforme a folha fica mais amassada, mais difícil é ter a pureza da folha original...

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