quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Saudades...

Sentimento nostálgico que toma conta de várias pessoas. Mas não em mim, nunca senti isso e me recuso a sentir! Tamanho sentimento tolo!
Sentado numa mesa de um boteco qualquer, vejo um sujeito muito abalado pedindo algumas doses de cachaça. Óbvio que se trata de mais um coração partido, mais um pobre coitado entrando de cabeça nesse rio de almas solitárias. Irônico como tantas pessoas solitárias juntas não conseguem sequer terem o bom senso de se unirem.
Voltando ao assunto do sujeito, ele era um homem digno de piedade até mesmo para o maior dos assassinos, seus olhos inchados demonstravam como ele perdia noites chorando. Cabelos grisalhos e um suéter xadrez horrível demonstravam a tremenda falta de personalidade, mas ele tinha todo o direito de estar assim, pobre coitado...
A cada dose que ele tomava, escorria uma lágrima pelos olhos. Logo ele pediu ao garçom para que lhe trouxesse a conta. E deixou uma gorda gorjeta ao garçom dizendo palavras amargas, algo como "Você vai precisar disso, eu não...". Podem me chamar de qualquer coisa que queiram, mas jamais perderia tamanho espetáculo! Desejava seguir esse homem e ver o final dessa história frustrada de amor.
Passando pela avenida principal, ele seguiu rumo à velha ponte. Um suspiro longo e uma curta apreciação da paisagem tomou o momento. O sujeito simplesmente não sabia o que como ia fazer, só sabia que queria morrer a todo custo. Eu apenas observava de uma distância segura, observava e apreciava. Novamente, podem me xingar a vontade, mas eu estava adorando esse espetáculo! O sujeito ergueu os braços, fechou os olhos e, dando uma bela acrobacia, se jogou de cabeça em sua morte...
Saudade é realmente algo ridículo, mas, podem me chamar de hipócrita, mas eu realmente sentirei falta daquele coitado. Mas ele foi para o lugar que merecia...

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